Apresentar ideias em público é um dos maiores desafios para líderes e empreendedores. Mais do que transmitir informações, trata-se de influenciar, inspirar e conduzir decisões. Foi sobre isso que a comunicadora Andrea Wojnicki conversou com Carmine Gallo, colunista da Inc. e coach de comunicação conhecido por estudar os maiores cases de oratória do mundo — de Steve Jobs a Jeff Bezos.
Gallo é categórico: “Na minha opinião, o maior contador de histórias de marca ainda foi Steve Jobs”. Quem já assistiu à apresentação de 2008 em que o iPhone foi lançado entende a afirmação. O minimalismo dos slides, a narrativa envolvente e os silêncios estratégicos transformaram o anúncio em um espetáculo memorável. Mas como aplicar esse aprendizado na prática?
Segundo Gallo, grandes comunicadores têm coragem de deixar coisas de fora. Generosidade não significa despejar todo o conhecimento em uma apresentação, mas destacar apenas o que realmente importa. Slides enxutos e mensagens curtas são uma forma de respeito ao público. Quanto menos volume, mais valor.
Muitos líderes caem na armadilha da “maldição do conhecimento”: partem do meio da história, assumindo que todos compartilham o mesmo contexto. Jobs, ao apresentar o iPhone, começou pelo quadro geral antes de entrar nos detalhes técnicos. Gallo recomenda: inicie a 30 mil pés de altitude, depois desça aos pormenores. O resultado é menos confusão, mais clareza e decisões mais rápidas.
Metáforas criam atalhos para a compreensão. Warren Buffett tornou o conceito de “moat” (fosso) uma metáfora universal para vantagem competitiva. Jeff Bezos popularizou a ideia do “flywheel” como motor de crescimento. Uma boa comparação vale mais do que dezenas de gráficos, porque conecta ideias complexas a algo que já faz parte do repertório da audiência.
Jobs sabia que os slides eram coadjuvantes — nunca protagonistas. Bezos foi além e, em reuniões internas da Amazon, baniu apresentações em PowerPoint em favor de memorandos narrativos. Para Gallo, a lição é clara: o apresentador é a história. Slides são apenas suporte visual. Quanto mais minimalistas, mais a atenção recai sobre quem fala.
A confiança não surge de truques rápidos, mas da prática deliberada. “O que reduz a ansiedade é treinar milhares de vezes, como atletas de alta performance fazem antes de uma competição”, diz Gallo. Isso inclui ensaiar em voz alta, simular situações de nervosismo — como usar um cronômetro ou responder perguntas difíceis — e se voluntariar para liderar reuniões sempre que possível. A repetição constrói memória muscular e transforma nervosismo em naturalidade.
De Jobs a Bezos, passando por Buffett, os padrões se repetem: simplificar a mensagem, contextualizar antes de aprofundar, usar metáforas que fixam conceitos, dar ao apresentador — e não ao slide — o papel central e, por fim, treinar até que a execução se torne fluida.
Comunicar bem não é um dom, é uma habilidade treinável. E, como mostra Gallo, quem domina essa arte não só se torna um melhor apresentador, mas um líder mais influente.
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