Em um mundo cada vez mais volátil, os líderes mais bem-sucedidos não são os que têm todas as respostas — mas sim os que fazem as perguntas certas. No entanto, muitos ainda se prendem às chamadas Zonas de Certeza, onde a convicção sobre o próprio ponto de vista acaba bloqueando aprendizados valiosos.
Inspirado pelo trabalho da organização Braver Angels, o conceito de Curiosity Curve, ou Curva da Curiosidade, tem como ideia principal traçar um caminho emocional que vai da hostilidade (“Eu não suporto essas pessoas”) à tolerância (“Discordo, mas quero ouvir”) e finalmente à curiosidade genuína.
Estudos mostram que líderes curiosos tomam decisões melhores, constroem relações mais fortes e cultivam culturas mais inovadoras. Mas a transição do “estou certo” para “quero entender” exige método — e prática.
Para isso, a Curva da Curiosidade propõe quatro caminhos possíveis. Cada um ativa uma parte diferente da nossa inteligência emocional e mental.
O primeiro passo para escapar da certeza é reconhecer o desconhecido. Isso pode ser feito com perguntas que interrompem padrões mentais automáticos, como:
Um exemplo marcante vem de Satya Nadella, CEO da Microsoft, que questionou o dogma da empresa contra o software livre: “E se estivermos errados sobre o Linux ser o inimigo?” A pergunta levou a uma guinada na cultura e estratégia da companhia.
Líderes que se conectam emocionalmente com outras perspectivas ativam a curiosidade de forma orgânica. Foi o que fez Indra Nooyi, ex-CEO da PepsiCo, ao escrever cartas aos pais de seus executivos agradecendo pelo “presente” de seus filhos. O gesto simbólico abriu espaço para conversas mais profundas sobre equilíbrio entre vida e trabalho.
Um exercício simples: escreva uma carta (que você não precisa enviar) para alguém com quem tem atrito, começando com “Imagino que deva ser difícil…”. Isso ajuda a quebrar resistências internas.
Mesmo que você esteja cético, comportar-se como alguém curioso pode mudar sua mentalidade. Perguntar “de verdade”, ouvir sem interromper e estimular o outro a contar histórias são gestos poderosos.
Alan Mulally, ex-CEO da Ford, implementou reuniões semanais em que executivos eram incentivados a relatar problemas. No início, todos diziam que estava tudo bem. Em vez de pressionar, Mulally apenas perguntava: “Quais obstáculos você enfrenta?” Quando finalmente alguém se abriu, ele celebrou a honestidade — e deu início a uma nova cultura organizacional.
Às vezes, precisamos de terceiros para abrir novas janelas mentais. Mentores, colegas — ou até a inteligência artificial — podem ajudar a formular as perguntas que não pensamos fazer.
Mary Barra, CEO da GM, fez isso durante a crise dos airbags defeituosos, ao convidar críticos para aconselhá-la. Uma pergunta mudou tudo: “Será que o problema é a forma como as informações circulam internamente?” O questionamento levou a uma reestruturação da segurança da empresa.
Cada líder encontrará um caminho mais natural: os mais racionais podem preferir os dados e experimentos; os mais empáticos, a escuta ativa. O segredo está em desenvolver repertório. Com o tempo, a curiosidade deixa de ser uma técnica de gestão e se torna um modo de vida.
Se cada conversa for vista como uma chance de descobrir algo inesperado, o líder passa a atuar com mais lucidez, humildade e poder de transformação.
Afinal, boas perguntas — e não certezas — é que movem o mundo.
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