As expectativas cada vez maiores para a inflação, em meio à piora no balanço de riscos, com um quadro fiscal mais preocupante, exigiram uma postura mais dura do Banco Central na decisão anunciada nesta quarta-feira (4).
O Comitê de Política Monetária (Copom) atendeu às expectativas do mercado e elevou os juros em um ponto percentual, de 4,25% para 5,25% ao ano. Esse foi o quarto aumento seguido, mas o primeiro dessa magnitude – as elevações anteriores foram de 0,75 ponto.
No comunicado em que informou a decisão de elevar a Selic, a autoridade monetária apontou que, apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.
“O Copom reitera que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, diz o comunicado do Copom, que informa ainda que o ajuste promovido nesta quarta reflete a percepção do Comitê de que a piora recente em componentes inerciais dos índices de preços, em meio à reabertura do setor de serviços, poderia provocar uma deterioração adicional das expectativas de inflação.
“O Copom considera que, neste momento, a estratégia de ser mais tempestivo no ajuste da política monetária é a mais apropriada para garantir a ancoragem das expectativas de inflação”, destaca o BC, que informou também que, para a próxima reunião, antevê outro ajuste da mesma magnitude.
Diante de um processo de alta da Selic que não deve ser interrompido tão cedo – o mercado financeiro espera que os juros cheguem a pelo menos 7% ao fim do ciclo –, alocadores veem a classe da renda fixa ganhando maior atratividade, embora ainda pressionada pelo nível elevado da inflação.
O mercado financeiro tem aumentado a projeção para a inflação de 2021 nas últimas 17 semanas e atualmente espera que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registre alta de 6,79% no ano, de acordo com o mais recente relatório Focus, do Banco Central.
Por isso, mesmo com os juros mais altos, investidores seguem dispostos a correr risco em Bolsa. Taxas no patamar de 5% ainda não parecem ser um fator decisivo para levar a uma mudança brusca na alocação em renda variável, embora os cuidados na seleção de ativos estejam cada vez mais reforçados.
Em meio à alta de 3,8% no ano do Ibovespa, o investimento em ações segue no radar dos investidores. Levantamento feito pela equipe de fundos da XP com 34 gestores de estratégia multimercado macro da plataforma ao longo de segunda (02) e terça-feira (03) mostra que, mesmo com um aumento mais expressivo projetado para os juros no Brasil, o mercado de ações e a posição comprada (com aposta de alta) na Bolsa seguem como a aposta mais consensual.
Há predominância do mercado acionário nos portfólios, dado que nada menos que 87% dos consultados apresentam posicionamento a favor desse mercado.
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